O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) vai identificar todos os trotes que atrapalham a oferta do serviço à população, mesmo que os aparelhos utilizem o inibidor de chamada. Em média, as sete centrais do Samu na Paraíba recebem 1,2 mil trotes diariamente, metade deles só em João Pessoa, conforme o coordenador do Núcleo de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Walber Frasão Júnior.
Em agosto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) se reuniu com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e conseguiu o desbloqueio das chamadas não identificadas. Assim, os números usados para passar trotes serão inseridos no sistema de reconhecimento das Centrais e serão denominados “números vermelhos”. Esses números aparecerão manchados na tela dos computadores das Centrais do Samu e serão encaminhados à Polícia Civil para que seja investigada a autoria dos trotes.
O trote configura contravenção punida com pena de detenção e multa. No caso do Samu 192, é considerado ainda uma tentativa de restrição ao serviço público de emergência, com pena prevista no artigo 256 do Código Penal: reclusão de um a cinco anos e multa. “É bom observar que os números vermelhos não deixarão de ser atendidos. A diferença é que o atendente vai saber que aquele número já foi utilizado outras vezes para passar trote”, observou Walber Frasão.
A Anatel também disponibilizou à rede do Samu 192 um sistema de busca que fornece a identificação e o endereço de todos os telefones públicos do Estado, os chamados “orelhões”. A partir de agora, os atendentes do Samu poderão identificar se o telefone que está sendo usado para trote é um orelhão e onde ele está localizado.
Fluxo de ligações – A SES também conseguiu o encaminhamento correto das ligações de telefones móveis dos municípios para as centrais do Samu que as atendem. Walber Frasão contou que todas as Centrais apresentavam problemas de desvio de ligações para áreas diferentes. “A ligação do celular de um usuário do Sertão, por exemplo, às vezes era atendida pela central de João Pessoa”, comentou Walber.
Os usuários agora têm garantido o atendimento pelas Centrais do Samu mais próximas ao local de onde partiu a ligação. Com a melhoria na cobertura de sinal e dos serviços de telecomunicação fixa e móvel na Paraíba, em especial nas cidades próximas às fronteiras com os estados vizinhos, será garantido o atendimento mais rápido de urgência.
Reparo de pane em até seis horas – Outra medida garantida pela Anatel ao Samu 192 foi a garantia do reparo de panes em um intervalo de duas a seis horas. A operadora de telefonia Oi disponibilizou três profissionais de plantão em regime de 24 horas para atender os eventuais casos de pane no sistema do Samu.
Nos casos em que o prazo para reparo da rede não for respeitado, a operadora sofrerá sansões da Anatel. “Assim que houver algum caso emergencial em que os telefones fiquem fora do ar, as Centrais poderão ligar para um dos três profissionais de plantão e o sistema será restabelecido em até seis horas”, explicou Walber Frasão.
Com SES